Universa UOL - Amor Patológico: Quando elas se deram conta de que a relação era doentia | Ana Paula Dias
Ana Paula Dias - Psicóloga | Butantã - São Paulo - SP
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Universa UOL – Amor Patológico: Quando elas se deram conta de que a relação era doentia

Amor patológico: quando elas se deram conta de que a relação era doentia

iStock

Elas decidiram dar um basta nas relações abusivas Imagem: iStock

Colaboração para Universa

23/07/2018 04h00

Nem sempre a gente percebe rapidamente que está vivendo um amor patológico, que é quando o outro passa a ser o centro da nossa vida e nada tem tanta importância quanto a relação. Aparecem o sentimento de posse, ciúme excessivo, a falta de interesse por outras atividades e uma disposição grande em abrir mão dos próprios interesses e felicidade em nome do outro. “O amor patológico tem uma relação direta com uma dependência emocional. O tratamento inclui entender que é possível existir sozinho, que aliás é preciso existir sozinho, para depois entrar em uma relação com outro. O parceiro deve dividir um espaço de conjugalidade com você, mas não fazer parte de você”, fala a psicóloga Ana Paula Dias. Mulheres que já passaram por isso, e estão em diferentes estágios de aceitação da dependência emocional, contam suas histórias:

“Me sinto um lixo o tempo todo, uma boba por ficar correndo atrás”

“Terminamos há um mês e não consigo deixá-lo em paz. Prometo a mim mesma que não vou atrás, mas não cumpro a promessa. Sim, percebi que ainda estou vivendo um amor doentio. Meu namorado sempre se queixava do meu ciúme excessivo. Mas foi ele quem acarretou tudo isso. Suas conversas com outras nas redes sociais me deixavam com muito ciúme. Eu me sentia cada vez mais desprezada e me apegava ainda mais a ele. Queria tanto melhorar as coisas, que fazia tudo para agradá-lo. Vejo agora que eu queria ‘comprar’ os sentimentos dele, para que se apegasse a mim do mesmo jeito. Cheguei a procurar uma psicóloga, mas desisti. Acho que não queria escutar o que ela tinha para me dizer. Nesse momento está bem difícil. Estou sofrendo, amando, implorando, tudo demais. E ainda morrendo de ciúme. É horrível, me sinto um lixo o tempo todo, uma boba por ficar correndo atrás e imaginando coisas do tipo ‘ele está com outra’. Isso está acabando comigo. Nem tento me relacionar com outra pessoa porque ainda acredito que ele vai voltar e que vamos ficar juntos. É complicado porque estou presa a ele sem tê-lo”. Karen Cristina da Cunha, 30 anos, empresária.

“Descobri que a relação era doentia quando ele terminou o namoro”

“Larguei minha vida de lado para viver a dele. Eu precisava saber de todos os detalhes do seu dia. Na verdade, descobri que a relação era doentia quando ele terminou o namoro. Hoje penso nas minhas atitudes e lamento. Sei que para entrar em outra história, vou precisar de ajuda. Todas as vezes que terminamos, fui eu quem correu atrás. Da primeira vez, ele pediu um tempo e decidiu que não queria mais nada comigo. Eu aceitei, mas não me conformei. Aí ele me bloqueou em tudo. Eu cheguei a mandar mensagem pelo WhatsApp do meu pai. Dessa vez ele retornou, apenas para contar que já tinha outra pessoa desde o tempo que namorávamos. Foi aí que parei de correr atrás. Não posso levar a culpa sozinha, as atitudes dele me confundiam. No começo, tudo ia bem, mas depois que ele começou a aprontar eu reagia mal. Ele me chamava de louca para dez minutos depois me pedir desculpas e falar que gostava do meu jeito porque era um sinal que eu era apaixonada por ele. Na verdade não procurei ajuda ainda, por falta de dinheiro, mas estou ciente que preciso, até porque relações como a minha são doentias e não quero mais passar por isso”. Indianara Iasmim, 20 anos, desempregada

“Quando brigávamos e ele ia embora, eu sentia a dor da morte, não queria mais viver sem ele”

“Comecei a perceber que estava em um relacionamento tóxico quando vi que aceitava tudo o que de ruim ele fazia para mim. E ainda por cima acabava me culpando pelo acontecido. Quando brigávamos e ele ia embora, eu sentia a dor da morte, não queria mais viver sem ele, me sentia completamente sozinha e desamparada, perdida. Cheguei a roubar o rádio do carro dele, só para ele vir atrás de mim. Deu certo. Ele voltou rindo, dizendo que eu era louca. Terminamos e voltamos inúmeras vezes. No começo eu achava normal as nossas loucuras e ele também adorava meu comportamento. Para ele era sinal que eu o amava incondicionalmente. Ciumento, possessivo, me proibia de tudo, enquanto se permitia fazer o que bem entendesse. Então eu enlouquecia, riscava o carro dele, cortava as roupas, rasgava documentos. Uma vez ele me agrediu e eu denunciei à polícia, mas quando me encaminharam para o tratamento psicoterápico, eu menti o tempo todo, assumindo a culpa para não prejudicá-lo ainda mais. Nos separamos em janeiro e depois de um mês ele já estava morando com outra. Daí tive de encarar o fato que realmente não tínhamos condições de vivermos mais juntos. Acredito que ainda o ame, mas a minha mágoa é maior. Decidi ser forte. Posso até morrer de amor, mas com ele não volto nunca mais”. Debora Lorbieski, 31 anos, dona de casa.

“O amava muito e aceitava tudo, mesmo que não achasse certo”

“Vi que meu relacionamento não era saudável quando me dei conta de que eu sofria muito. Eu mais chorava do que sorria. Ele me culpava por tudo. Por exemplo, não tínhamos condições financeiras para frequentar certos lugares e restaurantes chiques. E ele dizia que a culpa era minha por só gostar de coisas baratas. Então, eu bancava a conta, mesmo sem poder, só porque era algo que ele queria e, na época, estava desempregado. Ele gostava de apontar o que considerava ser a verdade, mas não aceitava que ninguém dissesse nada. Eu nem tentava conversar sobre a nossa relação, porque ele é explosivo e grosso. Mas, mesmo assim, eu aceitava todas as grosserias. Não tinha medo dele, fazia por amor, o amava muito e aceitava tudo, mesmo que não achasse certo. Procurei um psiquiatra que me disse que eu precisaria de uma análise mais profunda. Mas como estou desempregada e sem plano de saúde, não continuei. Enquanto isso, procuro ajuda em vídeos que falam sobre isso, programas de TV e grupos de Facebook. Também voltei fazer atividades físicas para me distrair e focar em outra coisa, é bom, me ajuda. Hoje entendo que foi melhor ele ter terminado comigo, porque eu mesma não conseguiria dar esse passo, apesar do sofrimento. Mas me sinto carente sem ele e, ainda hoje, se pedir para voltar, eu aceito”. Juliana Araújo, 33 anos, promotora de eventos

Sinal de alerta

As perguntas abaixo podem ajudar você a perceber se a sua relação não anda bem. O sinal acende se você responder “sim” para a maior parte delas.

  1. Tento cuidar mais dele do que de mim mesma?
  2. Quando estou mal na relação, consigo seguir com minha rotina?
  3. Tenho medo de expressar meus sentimentos, por receio de não agradá-lo?
  4. Tenho dificuldade de me divertir sem ele?
  5. Tenho necessidade de saber o que ele está fazendo para ficar tranquila?
  6. Deixei de conviver com meus amigos por conta da relação?
  7. Tenho planos de vida individuais, que não estejam relacionados a relação amorosa?